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domingo, 8 de julho de 2012

Chemcar - Que tal a ideia para sua Universidade?

Modelo de carro construído para a competição Chem-E Car
Você já ouviu falar na Fórmula SAEFórmula Baja ou na Competição Brasileira de Robótica? São competições nas quais alunos, em geral graduandos em engenharia mecânica e mecatrônica,  competem em equipes para projetar o melhor carro ou robô. Sempre me perguntei se existia algo do gênero para estudantes de engenharia química até encontrar o Chem-E Car.

Difundida nos EUA e em alguns países da Europa a Competição Chem-E Car desafia equipes de estudantes de engenharia química a projetarem um pequeno carro movido a reações químicas. O objetivo é usar a criatividade e aproveitar a energia das reações mais diversas para mover os carros. Os modelos são muito diferentes entre si e utilizam diversos conceitos diferentes para promover o movimento dos protótipos. A competição é promovida  nos EUA pela AIChE.

Que tal levar essa ideia para sua Universidade!? Para quem quiser saber mais sobre a competição, pode ver as regas aqui. Abaixo segue também um vídeo mostrando um pouco mais sobre a competição e os carros projetados.




Referências: AIChE

sexta-feira, 6 de julho de 2012

ACHEMA mostra tendências da Engenharia Química

Em junho, simultaneamente ao RIO+20, aconteceu a 30ª edição do ACHEMA. Trata-se de um evento mundial da indústria de processos que ocorre de três em três anos na Alemanha. O evento é um importante congresso e exposição que serve como plataforma de lançamento de tendências e tecnologias do setor, com cerca de 4.000 expositores e 170.000 visitantes. 

Infelizmente não pude ir até a Alemanha participar do evento, porém, seguem algumas das tendências observados na feira este ano, as quais foram listadas pelo site Process-WorldWide:

Mega Plantas
Em países emergentes como Índia e China, assim como na Península Arábica, estão surgindo mega plantas  químicas com objetivo de fornecimento em escala mundial. Esta tendência ocorre principalmente com fabricantes de commodities, como fertilizantes ou plásticos primários, os quais estão buscando se estabelecer em locais com abundância de matérias-primas. Um exemplo disto é a mega planta química que está sendo construída pela join-venture da DOW com a Saudi-Aramco na Arábia Saudita

Construção de plantas químicas modulares
Em contrapartida às mega plantas, fabricantes da indústria de química fina e de especialidades estão buscando projetos mais rápidos, mais baratos e flexíveis. Dessa forma, temos as mais renomadas e importantes empresas buscando formas mais compactas e eficientes para a implementação de processos químicos. Outro termo comum  de se ouvir neste tipo de projeto é a intensificação de processos, buscando maior eficiência em um espaço ocupado cada vez menor menor. 

Intensificação de processos
Esta é uma tendência ainda muito discutida. Trata-se de projetos de integração de processos, visando uma melhora nas transferências de massa e energia, assim como um melhor aproveitamento dos recursos e a compactação de equipamentos e processos. Além disso, nota-se o surgimento de equipamentos inteligentes que combinam as operações básicas, diminuindo a quantidade de equipamentos e buscando uma maior eficiência do processo.


Processos energeticamente eficientes
Eficiência energética é um tema importantíssimo, já que muitos processos consomem grandes quantidades de energia. Empresas maiores e de renome já aplicam técnicas para integração e reaproveitamento energético, afim de obter a máxima eficiência no consumo de recursos. Para obter processos ainda mais eficientes, tem-se procurado melhorar a gestão entre os processos e a cadeia produtiva, buscando uma maior sinergia entre as unidades de produção situadas no mesmo local. Por exemplo, parques de produtos químicos, com suas infra-estruturas centralizadas.

Plantas químicas digitais
Outra tendência é a construção de plantas químicas digitais para cada planta real. Esta ideia, baseia-se em softwares de simulação, desenho 2D e 3D auxiliando a reduzir o tempo de desenvolvimento de projetos pela metade, assim como facilitando projetos de otimização. 

Controle de emissão de CO2
A determinação de emissões poluentes na fase de projeto de uma indústria é uma tarefa complicada e imprecisa, porém isto tem se tornado cada vez mais importante. Tem-se observado cada vez mais a emissão de CO2, não apenas no processo em si, mas na cadeia produtiva e de transporte como um todo. A análise do impacto climático da produção de produtos deve crescer para os próximos anos. Metas de redução  da emissão de gases do efeito estufa e projetos para a utilização de créditos de carbono tem pressionado e incentivado a indústria a reduzir as emissões e buscar alternativas energéticas.

Mudança de matérias-primas:
Algumas matérias-primas são essenciais para a indústria, porém tem crescido a consciência de que estes recursos são finitos. Dessa forma, uma outra tendência é a implementação e estudo de diferentes fontes de matérias primas. Óleo mineral e carvão, os quais ocupam a base da produção, devem  perder lugar para o gás natural. A utilização de biomassa deve aumentar, assim como estudos para aperfeiçoamento de sua utilização. Um exemplo disso são os plásticos verdes e a geração de energia por biomassa, os quais buscam uma alternativa renovável para produção de produtos e energia.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Mova seu carro com gás de esgoto

Estação de Tratamento de Franca-SP
Na onda da Conferência RIO+20, o Entropia traz uma interessante tecnologia que está sendo instalada na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da cidade de Franca (SP). Trata-se de uma forma de aproveitar o biogás desperdiçado no processo de tratamento dos efluentes para gerar combustível para automóveis e energia elétrica.

A experiência é fruto da parceria da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) com o Instituto Fraunhofer, da Alemanha. O investimento estimado é de R$ 6 milhões, sendo que R$ 5,1 milhões serão aplicados pelo governo alemão por meio da Iniciativa Internacional de Proteção Climática, do Ministério do Meio Ambiente. Um biodigestor vai captar e processar diariamente 2.700 m³ de biogás, o qual será convertido em 1.800 m³ de biometano ou gás natural veicular (GNV), que tem o mesmo poder calorífico da gasolina. O grande diferencial do projeto será o tratamento realizado no gás, o qual passará por purificações diversas vezes para não exalar mau cheiro ou danificar o motor dos veículos.
 
Como o projeto é experimental, inicialmente o combustível abastecerá 49 veículos da estatal paulista. Segundo estimativa da organização ambiental World Resources Institute cada litro de gasolina emite cerca de 2,28 kg de CO2, dessa forma o projeto levará a uma redução da emissão anual de 1,5 milhão de toneladas de dióxido de carbono e economia de 1800 litros de gasolina por dia.
 
Na Alemanha esta tecnologia tem sido aplicada para aumentar a participação de energia limpa na geração de eletricidade, e assim ajudar na substituição das usinas nucleares, que encerrarão as atividades até 2022, conforme anúncio feito pelo governo alemão.

A tecnologia é viável para qualquer cidade com mais de 20 mil habitantes, segundo Werner Sternad, pesquisador do Instituto Fraunhofer. Em São Paulo, por exemplo, existe a geração de aproximadamente 5 mil m³ de biogás por hora que poderiam ser convertidos em combustível ou eletricidade, em vez de realizar a simples queima do gás, como é feito atualmente.

Estação de cogeração de energia da ETE Arrudas - MG
O biogás sem o tratamento para atuar no motor de veículos também pode ser utilizado para a geração de energia elétrica. Recentemente a COPASA inaugurou uma estação de cogeração de energia na ETE de Arrudas (MG), que aproveitará o rejeito gasoso para gerar 90% da energia que a estação de tratamento requer e ainda aproveitar o calor gerado para melhorar a eficiência dos biodigestores.

Gerar combustível ou energia dos esgotos é realmente muito interessante, por integrar soluções e buscar a maior eficiência energética. Não é apenas o tratamento do esgoto que libera biogás, sendo outra importante fonte desse gás os aterros de lixo. O Aterro dos Bandeirantes, em São Paulo por exemplo, tem potência de 20 MW de energia elétrica, sendo um dos 4 projetos em aterros brasileiros que geram energia através do aproveitamento do biogás.

Soluções que integrem formas corretas de descarte de lixo, tratamento de esgotos e geração de energia são exemplos de tecnologias para obtenção de uma matriz energética mais diversificada e sustentável. Porém, estas iniciativas ainda representam um baixo incentivo para sua ampla utilização, sendo encontradas apenas em aterros e ETE's de referência. Um dos principais entraves é a falta de investimento na coleta e descarte correto dos resíduos, assim como do tratamento dos efluentes.

Referência: Revista National Geographic Brasil (2012, ed147-A)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O engenheiro que curou seu próprio coração


O Entropia traz uma história interessante envolvendo um engenheiro de processos especializado em caldeiras, que soube valorizar a multidisciplinaridade para propor uma solução inovadora para curar um sério problema de saúde que ele tinha no coração.

As vezes os estudiosos focam na especialização de um tema e esquecem que a natureza é uma só. As vezes a resposta para um problema de uma área de conhecimento pode estar em outra área. Neste caso a solução de um caso médico encontrou na engenharia suas respostas, tratando de veias e coração como dutos e bombas. 

O problema de Tal Golesworthy, fazia com que sua artéria aorta tivesse um diâmetro cada vez mais elevado. Tradicionalmente o procedimento era resolvido através de um cirurgia muito invasiva e perigosa, na qual a aorta seria retirada e substituída por uma prótese plástica e uma válvula artificial, sendo necessário o tratamento com uma agressiva droga para o resto da vida. 

O engenheiro, não contente com a solução, montou uma equipe multidisciplinar e procurou investimentos para obter outra solução. A equipe utilizando conhecimentos de diversas áreas, principalmente de engenharia, desenvolveu uma "capa" no formato exato da artéria do paciente, a qual era utilizada para embrulhar a artéria da mesma forma que se envolve uma tubulação com fita quando esta necessita de reparo. De fato, a solução saiu da teoria e curou Tal Golesworth através de uma cirurgia mais simples e que não necessitava da prescrição de drogas para acompanhamento.

Este é um caso que mostra claramente a importância de estarmos atentos a todas áreas de conhecimento, buscando soluções para os problemas independentemente da nossa área de formação e do ego profissional. Multidisciplinaridade é um excelente caminho para propor soluções inovadoras e solucionar problemas.

O vídeo mostra uma palestra do engenheiro explicando com mais detalhes sobre o projeto e como uma equipe multidisciplinar deixou o ego profissional de lado para buscar a melhor solução. Vale a pena ser assistido!
 

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Inovação Aberta

Ser inovador é essencial para uma empresa se manter no mercado. A dificuldade de se manter competitivo frente aos concorrentes e fidelizar clientes é cada vez maior, necessitando de um ambiente dinâmico, criativo e com foco no mercado. Em busca disso, uma série de especialistas traçam métodos de criar um ambiente que valorize a inovação. Neste contexto surge a Inovação Aberta, um conceito que tem aumentado muito nos últimos anos e que muda a forma das empresas gerenciarem suas tecnologias proprietárias e interagirem com os consumidores

Primeiro vamos definir o que é Inovação. Trata-se da criação de algo novo ou da aplicação de uma tecnologia existente para uma finalidade ou de uma forma completamente nova, mas sempre de forma que exista uma aplicabilidade comercial. Embora algumas empresas não tenham esta preocupação, observa-se que as empresas mais sólidas, duradouras e rentáveis buscam inovar sempre.

É comum vermos o modelo de inovação fechada, no qual toda pesquisa ocorre em laboratórios sigilosos e é lançada ao mercado sob rígidas patentes. Porém, fatores como alta rotatividade de profissionais qualificados, busca de novas fontes de ideias focadas no mercado consumidor e maior eficiência dos processos de inovação, levaram a formulação de uma maneira diferente de buscar novas ideias, a qual chamou-se de inovação aberta, ou do termo comum em inglês Open Innovation.

O termo trata de gerar inovação de uma forma diferente da habitual, incorporando e desenvolvendo conhecimentos e ideias de origem externa à empresa. A troca de informações da empresa com os consumidores, além de ser uma valiosa fonte de ideias, gera uma maior aproximação com o público e auxilia em processos de fidelização e fortalecimento da marca. Algumas vezes esta prática ocorre inclusive entre empresas concorrentes, fortalecendo-as no mercado com a troca de ideias. Por exemplo, pequenas e médias empresas que ao se ajudarem podem se tornar mais competitivas no mercado dominado por companhias maiores e com mais recursos.

As formas de realizar Open Innovation são muitas, assim como suas vantagens. A melhor forma de mostrar como o conceito é aplicado na prática é mostrando alguns casos de sucesso.

Natura
A empresa conta atualmente com 50% do portfólio de projetos proveniente de inovação aberta. O modelo busca uma estreitamento da empresa com a pesquisa acadêmica através do Programa Natura Campus de Inovação Tecnológica. O programa estabelece uma rede de inovação tecnológica com universidades e centros de pesquisa através de parcerias e financiamentos de projetos.


Battle Of Concepts
Trata-se de um site com o intuito de estimular a prática do conceito de Open Innovation, formando um elo entre empresas e jovens talentos. Uma empresa lança no site uma questão ou desafio, a qual é explicitada na forma de uma pergunta básica sobre o problema que esteja enfrentando. A partir disto, qualquer estudante universitário ou jovem profissional com formação universitária com idade de até 30 anos, pode enviar uma ideia conceito para o desafio. Já anunciaram desafios empresas conceituadas (Ex: Ambev, Natura, Philips, Whirlpool, Promon, entre outras) com premiações de até R$ 15000,00 às principais soluções. Visite o site do Battle of Concepts

Fiat Mio
Trata-se de um carro conceito desenvolvido pela Fiat, porém este carro foi desenvolvido através das ideias de internautas. Basta se cadastrar e site do projeto e enviar as ideias de como seria o carro do futuro. O projeto foi para frente e o carro foi desenvolvido e exposto no salão do automóvel. O mais interessante é que o projeto inteiro foi registrado como Creative Commons, ou seja, o projeto é aberto e pode ser redistribuído. Este tipo de projeto ajuda a empresa a entender as expectativas dos consumidores e traçar as tendências do mercado, além de ser ótimo para o marketing.

Referências: UC Berkeley

terça-feira, 5 de junho de 2012

O Homem como Indústria

Man as a Industrial Palace, Fritz Kahn
A ilustração acima foi feita pelo médico Fritz Kahn e recebe o nome de Der Mensch Als Industriepalast, que significa "O Homem como um palácio industrial". Ela pertence a sua obra Das Leben des Menschen, que significa "A Vida dos Homens", que foi publicada na década de 20. A visualização moderna de Kahn mostra o sistema digestivo e respiratório humano como uma planta de processo químico industrial. A inspiração teve origem na Indústria Química alemã, a qual era na época uma das mais avançadas do mundo e muito importante para o país.

sábado, 2 de junho de 2012

Aprendendo Excel - Banco de dados termodinâmicos

Para projetar e analisar processos químicos é muito comum precisarmos procurar propriedades termodinâmicas de substâncias, o que sempre representa um grande desafio. O trabalho é facilitado quando dispomos de caríssimos bancos de dados proprietários. Existem livros e artigos que contém levantamentos de dados para diversas substâncias, porém estes estão dispersos e nem sempre são fáceis de se achar. Para facilitar a nossa vida, alguns pesquisadores organizaram alguns bancos de dados em tabelas de Excel e disponibilizaram aplicativos muito simples de se trabalhar. No caso de estudantes ou profissionais que necessitam fazer um trabalho ou uma rápida estimativa, estes aplicativos para Excel são um excelente recurso.

O site Chemresources, por exemplo, disponibiliza um interessante aplicativo de Excel que contém estas tabelas de forma bastante simples. Basta que você efetue o download no site (o qual requisita um cadastro rápido e gratuito), descompacte o arquivo e após isto abra o arquivo de banco de dados databank.xla pelo Microsoft Excel, o qual exibirá uma mensagem perguntando se você deseja habilitar as macros, você deve habilita-las para que a ferramenta funcione. Aparentemente nada acontecerá, mas ao abrir uma planilha em Excel nova, você poderá acessar a ferramenta através de Ferramentas >> Properties Databank (Excel 2003) ou através da guia Suplementos (Excel 2007/2010)Aparecerá um assistente como o indicado na imagem, no qual você deve escolher a substância que se deseja obter as propriedades (Compound) e as outras propriedades irão aparecer automaticamente. As abas de Heat Capacity, Viscosity e Vapor Pressure necessitam ainda que o usuário insira a temperatura de trabalho.


A pressão de vapor pode ser calculada segundo a equação de Antoine ou Harlacher. A ferramenta permite ainda que o usuário plote uma tabela com todos os dados da substância selecionada.

Para baixar o aplicativo basta clicar aqui. Espero que o post tenha contribuído e ajudado a facilitar muitas pesquisas e projetos que necessitam deste tipo de dados. Se quiserem ver mais posts sobre ferramentas do Excel, cliquem aqui!

Referências: Chemresources

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Petróleo: A última gota do ouro negro

No embalo da Conferência RIO+20, o Entropia traz um interessante infográfico sobre o petróleo. Ele mostra uma verdade que muitos tentam não ver: o petróleo está acabando. Embora alguns cientistas contestem a influência das queimas de combustíveis fósseis para o efeito estufa, o argumento de que os combustíveis fósseis  estão em declínio também nos leva ao desenvolvimento de tecnologias renováveis e busca por alternativas.

Alternativas devem surgir para suprir as nossas dependências do petróleo, tais como os plásticos presentes em quase tudo que consumimos, combustíveis que movem os carros e geradores e também a obtenção de químicos derivados do processamento do petróleo utilizados em diversos processos industriais. 

O declínio da exploração do petróleo foi predito em 1956, por  Marion King Hubbert, o qual propôs que a  exploração do petróleo seguiria uma curva e que teria um pico de máxima produção e após disto entraria em declínio terminal. Hubbert conseguiu em 1956 predizer com relativa exatidão um pico de produção nos EUA por volta dos anos 70 e a partir do qual iniciou uma queda de produção. 

Para a produção mundial existe muita divergência para predizer este pico e o declínio, mas a grande maioria coloca 2015-2020 como o período onde teríamos a maior taxa de exploração e após disto começaríamos a sofrer com a escassez deste recurso natural até que, enfim, ele se acabasse. Será que este processo ocasionará novas guerras ou um colapso econômico e social? A resposta a esta pergunta depende muito dos novos investimentos para viabilizar alternativas rápidas e sustentáveis para os usos do petróleo, assim como o compromisso da sociedade de rever seus hábitos. No entanto o consumo tem aumentando muito nos últimos anos, mostrando a urgência de revertermos este quadro.

Referência: CleanTechnica e CarSort

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Valorizando o conhecimento

Where the business of Science comes to life

"Onde o negócio da ciência ganha vida". Estes são os dizeres que podemos encontrar quando vamos a  cidade de Oxford, na Inglaterra, na qual se percebe nitidamente o grande valor que dão a educação, as ciências e a cultura. Valorizar estas 3 coisas tão importantes, com certeza é a fórmula do sucesso para o desenvolvimento da economia e da sociedade como um todo. Está na hora do Brasil ter uma atenção especial para a educação. Não somente para o ensino superior, mas fortalecendo essencialmente o ensino de  base e a pesquisa tecnológica. 


Os Táxis e ônibus da cidade de Oxford, na Inglaterra, possuem a tabela periódica pintada na carroceria. 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ciclo Deming - Buscando a melhoria contínua

A atuação dos Engenheiros nas indústrias, as vezes necessita de conhecimentos que algumas vezes não aprendemos na Universidade. Como por exemplo, importantes ferramentas de gestão e qualidade. Algumas dessas ferramentas, nada mais são do que guias de como trabalhar melhor e buscar sempre o aprimoramento dos processos que estamos envolvidos.

As empresas, buscando o aumento da produtividade e redução de custos tem utilizado cada vez mais um modelo de gestão focado na qualidade dos processos. Dessa forma, metodologias de melhoria contínua de processos são práticas comuns e de resultados bastante promissores. 

É muito comum quando se fala em melhoria contínua, ouvirmos falar sobre o Kaizen e o Ciclo PDCA (Plan - Do - Check - Act), também chamado de Ciclo Deming. O Ciclo é um guia de boas práticas que devem ser executadas no gerenciamento e no aprimoramento de processos. Sendo um ciclo, deve-se realizar TODAS as suas 4 etapas componentes continuamente, caso contrário o processo como um todo pode sofrer prejuízos.  Quando implementado corretamente, um verdadeiro processo de melhoria contínua acontece, gerando projetos pequenos e baratos que geram grandes melhorias.

As etapas do Ciclo PDCA são:

Planejar (PLAN)
  • Definir as metas a serem alcançadas;
  • Definir o método para alcançar as metas propostas.

Executar (DO)

  • Executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento;
  • Coletar dados que serão utilizados na próxima etapa de verificação do processo;
  • Nesta etapa são essenciais a educação e o treinamento no trabalho.

Verificar, checar (CHECK)

  • Verificar se o executado está conforme o planejado, ou seja, se a meta foi alcançada, dentro do método definido;
  • Identificar os desvios na meta ou no método.

Agir corretivamente (ACTION)

  • Caso sejam identificados desvios, é necessário definir e implementar soluções que eliminem as suas causas;
  • Caso não sejam identificados desvios, é possível realizar um trabalho preventivo, identificando quais os desvios são passíveis de ocorrer no futuro, suas causas, soluções etc.

Já o Kaizen (do japonês 改 善, mudança para melhor), pode ser visto como um processo diário que incentiva todos a buscarem a melhoria no dia-a-dia. Trata-se de uma cultura, ou uma filosofia de trabalho que busca o aprimoramento. A Ferramenta mais comum para realizar o Kaizen é o Ciclo PDCA e o ciclo SDCA (Standart-Do-Check-Act), que consiste em conhecer o padrão de um trabalho, executá-lo de acordo com este padrão, verificar se o padrão foi respeitado e atuar no sentido de melhorar o padrão e seu uso.

Conhecendo e aplicando estas etapas em qualquer processo que estejamos envolvidos as chances de criar pequenos projetos de sucesso são grandes. Espero que este post tenha sido útil para buscar a filosofia do Kaisen: um "Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje!".

Referências: Norma NBR ISO 9001

terça-feira, 22 de maio de 2012

Rio+20: A prestação de contas após 20 anos

O Brasil em 2012 sediará uma importante reunião, o Rio+20. Trata-se de um encontro entre os principais chefes de Estado do planeta para discutir os rumos e as medidas que orientarão as estratégias de desenvolvimento dos países quanto às questões sócio-ambientais. A primeira vista, você deve pensar que será mais um evento onde discursos hipócritas e promessas que não serão cumpridas são feitas. Mas não se engane, o encontro é muito importante para o mundo e para o Brasil.

Ele marca os 20 anos da Conferência Rio+92, a qual culminou na criação de importantes documentos, como a Agenda 21, a Carta da Terra e as Convenções do Clima e da Diversidade Biológica. Foi uma série de compromissos que mostraram um olhar mais preocupado dos países para a exploração dos recursos naturais. De fato, muita coisa permaneceu igual de lá para cá, mas muita coisa mudou. A discussão sobre o meio ambiente se intensificou e muitos países e empresas vem investindo em tecnologias mais sustentáveis. O mundo está longe de estar a salvo, mas pelo menos, agora sabe-se que alternativas precisam surgir o quanto antes para garantir a prosperidade do planeta.

O evento irá trazer  novas discussões e deverá servir como um balanço dos progressos feitos nos últimos 20 anos. Acontecerá de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro.Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, está prevista a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reunirão representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência. Em seguida, entre 16 e 19 de junho, estão programados eventos com a sociedade civil. De 20 a 22 de junho, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas.

O mundo já viu que os compromissos feitos pelas altos escalões dos governos não valem muito, por isso, para que a reunião surta efeitos reais e crie compromissos sérios entre os países é necessário participação popular, acompanhamento e cobrança de medidas sérias e efetivas. Devemos ficar atentos ao Rio+20, dar a devida importância e participar na medida do possível. 

A Universidade de São Paulo, USP, lançou um site com diversas contribuições ao evento, disponibilizando textos e pesquisas a respeito dos temas que serão tratados. Além disso, a organização da Conferência lançou um espaço de discussão on-line. No qual, qualquer pessoa pode se cadastrar para participar e acompanhar discussões que serão levadas à Conferência em Junho.

O site Planeta Sustentável lançou em seu portal o Blog Rio+20, que reuni diversas notícias relacionadas à Conferência da ONU, o qual é uma boa indicação para quem quiser acompanhar as notícias antes, durante e depois do evento.
Rio de Janeiro aguarda uma das Conferências mais importantes do ano: O Rio+20. Espera-se que os governates aproveitem está oportunidade  para que  a discussão  gere bons frutos após as reuniões.

Ref. Rio+20

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Belas imagens do mundo Microscópico

A busca pelo conhecimento é insaciável no seres humanos. Anos de desenvolvimento buscando entender como o mundo funciona, desde a menor partícula componente da matéria até a imensidão do universo. Na busca de nos contextualizarmos entre o mundo Micro e Macro, nada melhor de "enxergarmos" as coisas de uma forma diferente. 

O Entropia, traz uma seleção de belas imagens explorando o mundo Microscópico. As imagens foram feitas tanto por microscopia ótica quanto eletrônica, utilizando diversas técnicas.


 1º Lugar na competição de microfotografia Nikon Small World 2001,  Harold Taylor.  Trata-se um rotífero se alimentando, um microrganismo comum  em água fresca de rios, poças e lagoas. A fotografo utilizou a técnica de Darkfield.

 11º Lugar na competição de microfotografia Nikon Small World 2003,  Ron Oldfield.  Trata-se um microchip (switch controller) aumentado e fotografado na técnica de Brightfield.

Papel para cigarros. Os cristais (azuis) são os aditivos que impedem a queima do cigarro aceso pela produção de oxigênio. Retirado do livro intitulado "Microcosmos" de Brandon Broll .

10º Lugar na competição de microfotografia Nikon Small World 2011, Ms. Joan Röhl. Trata-se do crustáceo de água doce Daphnia Magna aumentado 100x.

Cristais de fosfato de cálcio. Retirado do livro intitulado "Microcosmos" de Brandon Broll.


3º Lugar na competição de microfotografia Nikon Small World 2011, Mr. Frank Fox. Trata-se do plâncton Melosira moniliformis com aproximação de 320 vezes. 


        Livro "Microcosmos" de Brandon Broll

sábado, 7 de abril de 2012

Ter ou não ter sacolas plásticas...


...Eis a questão!
Hábitos enraizados no nosso dia a dia são difíceis de mudar. Um grande exemplo foi dado na épica saga da retirada das sacolas plásticas dos supermercados de São Paulo.  Tudo começou com uma iniciativa da Associação Paulista de Supermercados (APAS) que lançou uma campanha em Janeiro de 2011 na qual os  associados deveriam acabar com a distribuição de sacolinhas. Não demorou para  perceber que a medida não foi bem aceita pela maioria dos consumidores. Desta forma, o Ministério Público suspendeu a medida e estabeleceu um acordo de regulamentação da distribuição das sacolinhas, no qual estabeleceu um período de adequação para os consumidores e supermercados. Chegamos ao mês de abril e esse período  acabou. Assim, ficou convencionado que não haverá mais sacolinhas plásticas nos mercados.

Não acredito que a saga tenha chegado ao fim. Afinal, hábitos são difíceis de mudar. A campanha lançada pela APAS possuí muitos pontos falhos, principalmente no que diz respeito a comunicação com os clientes e um modelo claro que os ajude na mudança de hábito e proponha alternativas viáveis aos usos da sacolinhas, que vão além de transportar produtos e cumprem um ciclo caseiro de armazenagem de lixo e descarte ao aterro.

Impactos decorrentes do excesso de sacolas plásticas no ambiente
Apesar dos problemas e falhas de implementação do projeto, a iniciativa é louvável no que tange a repensar os hábitos e propor a sociedade um modelo mais sustentável gerando um impacto menor. Embora haja muitas críticas a respeito da medida, na prática as pessoas irão conseguir realizar suas atividades normalmente com algumas pequenas adaptações, que com o passar do tempo se incorporarão aos hábitos de todos. Além de reduzir o volume de material polimérico no lixo, a principal contribuição é no repensar do consumo e no incentivo de novos comportamentos. Outras medidas precisam vir em conjunto para que haja uma efetividade na ação, como campanhas de coleta seletiva e apoio à cooperativas de reciclagem.

Muito se fala de quem ganha com o acordo dos supermercados. Realmente o varejista irá ganhar tirando a sacolinha. Mas o maior ganho é social, gerando uma situação que o consumidor se vê obrigado a repensar, reduzir e olhar o problema do lixo como seu, além da redução propriamente dita. Independente do jogo de interesses, deve prevalecer a busca por soluções melhores e mais sustentáveis.

O instituto Akatu, disponibilizou algumas dicas e soluções para o dia a dia sem sacolas plásticas, além de esclarecer alguns pontos controversos sobre a campanha. Para quem se interessar segue o link para conhecer mais.


 Referência: Instituto Akatu


sexta-feira, 23 de março de 2012

Petrobrás abre concurso para Engenharia Química

A Petrobrás publicou o edital de concurso público para  1.521 vagas por meio da Fundação Cesgranrio, entidade organizadora do processo. Existem vagas para os níveis médio-técnico e superior, com diversas formações e locais de atuação. Para Engenharia Química, a empresa abriu nada menos que 70 vagas para Engenheiro de Processamento Júnior e  69 vagas para Engenheiro de Petróleo Júnior com salário de R$4.414,73  e garantia de remuneração mínima de R$6.883,05, além de todos os benefícios descritos no edital

As inscrições ocorrerão de 27/03 até 11/04 no próprio site da Fundação Cesgranrio, com a aplicação das provas objetivas para todos cargos prevista para o dia 06 de maio. O valor da inscrição para cursos superiores será de R$ 50,00. 

A abertura dessa quantidade de vagas indica que a empresa está realizando grandes investimentos para os próximos anos, ainda mais com a exploração do pré-sal que exigirá um efetivo de mão de obra e engenharia bastante significativos. 

Para os candidatos interessados, pode-se realizar o download de provas e gabaritos de edições anteriores do concurso no próprio site da Petrobrás. O que pode ser de grande ajuda para se preparar para a prova.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Maratona Chemtech de Engenharia

O Entropia traz uma excelente dica para quem quer se ir para o ramo de projetos, simulação e petróleo. A Chemtech, importante empresa do ramo de projetos e soluções de TI para indústrias lançou a 11ª edição de uma competição entre os estudantes de engenharia, a Maratona Nacional Chemtech de Engenharia. A competição inclui um módulo de treinamentos online sobre o software OGM (Oil and Gas Manager).“Serão cerca de três meses de treinamento online, ministrados por chemtecheanos, abordando o simulador OGM, desenvolvido pela Siemens, que é referência em grandes projetos de unidades onshore e offshore”, explica Renata Machado, líder de projetos e membro da equipe da Maratona.

O resultado da etapa de treinamento online levará dois maratonistas de cada uma das oito melhores universidades para a segunda etapa da competição, que será realizada no Rio de Janeiro, durante a Rio Oil&Gas, importante feira internacional do setor de O&G. Os primeiros colocados ganham Ipads, Netbooks e Ipods Touch, além de serem convidados a estagiar na empresa.

Para quem se interessou, as inscrições devem ser feitas até o dia 8 de abril no site da maratona

FONTE: Chemtech

domingo, 18 de março de 2012

Cursos gratuitos para Petróleo e Gás

O Programa de Mobilização da Industria Nacional de Petróleo e Gás, Prominp, está oferecendo mais de 11 mil vagas em cursos gratuitos para diversas áreas de atuação e graus de estudo. Existem alguns cursos interessantes para os profissionais de engenharia nesta lista, como por exemplo o curso de análise de risco ambiental e de planejamento de projetos. 

As vagas estão assim distribuídas: 7.335 para cursos gratuitos de nível básico; 3.706 para os de nível médio e técnico; e 630 para as categorias de nível superior. O programa oferece ainda aos candidatos aprovados que estiverem desempregados durante o curso uma bolsa-auxílio mensal no valor de R$ 300,00 (cursos de nível básico), R$ 600,00 (níveis médio e técnico) e R$ 900,00 (nível superior).

Para participar de algum dos cursos, os interessados devem se cadastrar até o dia 12 de abril no site do Prominp ou da Cesgranrio para realização do concurso que selecionará os ingressantes. Todas as informações sobre os cursos oferecidos nesta etapa de seleção podem ser obtidas no edital, que esta disponível para consulta e download nos sites do Prominp e da Cesgranrio.

FONTE: Petrobrás
               Prominp


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ocupado X Produtivo: Aprendendo a gerir o tempo


"Mesmo apagar incêndios pode ser feito sem desespero". Essa frase é a legenda da imagem acima e foi retirada do site de empreendedorismo Saia do Lugar em uma matéria sobre as diferenças entre as pessoas ocupadas e as pessoas produtivas. Os autores acertaram na imagem e na frase para descrever estes dois tipos de comportamento.

Ser ocupado ou ser produtivo. Este é o princípio básico de quem quer aprender a gerir melhor o tempo. Digo isso por experiência própria, porque eu já disse a mim mesmo várias vezes a famosa frase: "não tenho tempo para nada". O que é uma grande mentira que dizemos a nós mesmos para justificar que somos ocupados para fazer outra coisa. Calma, não estou dizendo que é possível fazer tudo em 24h, mas que se analisarmos a forma como ocupamos nosso tempo durante o dia veremos que poderíamos ter administrado estas 24 horas de forma mais eficiente.

Por exemplo, a clássica olhadinha nos emails ou no Facebook de 5 em 5 min. Isto é realmente necessário? Fora o tempo gasto visualizando os emails, você perde sua atenção no que estava fazendo, gastando mais tempo para retomar o rumo da atividade. Eu elencaria como a 1ª regra da gestão do tempo o foco no que propomos a fazer, atividade a atividade. Dessa forma será mais fácil predizer quanto tempo gasta-se com cada atividade e ela será feita bem mais rapidamente. Até para a olhadinha no e-mail devemos estabelecer a hora correta de fazer isto, um ou dois períodos no dia que você se dedique somente para olhar e responder os emails.

Outra dica essencial é o planejamento. Muitos pensam que planejar é uma perda de tempo, mas ele ajuda a ganhar tempo e ter noção do que você consegue fazer em um determinado tempo. Porém, é necessário ser realista nos prazos. O ideal é que faça uma lista de tudo o que precisa fazer e organize em prioridades e tempo de execução, assim fica mais fácil de alocar as atividades no nosso dia a dia.

Se você quer ser uma pessoa produtiva quando executar uma tarefa lembre-se de planejar, ter foco e não se distrair com eventos desnecessários que ocorrem a volta. Caso contrário há o risco de cair na Lei de Parkinson, a qual diz que temos a tendência de ocupar o tempo total designado para uma tarefa realizando-a, independente se este prazo for curto ou mais que suficiente, enquanto que o melhor seria ser produtivo e termina-la o quanto antes.

Se pudesse resumir algumas dicas seriam:

 1º     Tenha foco no que se propôs a fazer e não se distraia com emails e eventos desnecessários a sua volta.

 2ª    Planeje suas atividades priorizando-as e considerando o tempo de execução, inclua também o seu tempo de descanso. Afinal, estar bem para realizar a tarefa fará com que realize-a mais rápido e com melhor qualidade.

3ª    Pense sempre em uma forma de fazer diferente as atividades designadas, nem sempre o método empregado é o mais eficiente e você pode otimiza-lo.

Espero que as dicas tenham sido úteis! Se tiverem mais dicas, mandem comentários!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Impacto Humano: Um oceano de lixo

Este será a primeira de uma série de postagens especiais sobre grandes impactos que o Homem causou no planeta. Lembro a importância do tema para os Engenheiros Químicos, já que uma imensa parte dos impactos advêm de produtos industriais. Para inaugurar está série, o objeto de estudo foram os grandes conglomerados de lixo existentes no oceano, nos quais os resíduos flutuam e se concentram em algumas áreas específicas do oceano.

O lixo, principalmente plástico, advindo do consumo em massa da população mundial viaja pelo planeta e chega aos mares. Estima-se que aproximadamente 10% de toda a produção anual de plásticos chega nos oceanos, a maior parte (80% a 90%) é carregada pelas chuvas e rios de fontes em terra, como aterros sanitários e descarte direto em mananciais e no litoral.

Figura 1 - Impacto causado pelo lixo no oceano

Nos oceanos esse material encontra correntes marítimas que levam grande parte do lixo para alguns pontos específicos do planeta, conhecidos como giros. Nestes pontos uma grande massa de lixo flutua e se concentra devido ao circuito circular das correntes marinhas, como pode-se ver na Figura 2 coincidindo nos pontos de maior acúmulo de material.
Figura 2- Concentração de plástico nos Oceanos
O problema da contaminação das águas marinhas, não está apenas nos objetos plásticos maiores. Alguns materiais expostos as intempéries, podem ser degradados em pedaços muito pequenos de polímero, porém sem degradar sua molécula básica. Isto forma uma verdadeira "sopa" plástica na camada superficial do oceano, local onde o plâncton (microrganismo responsável por 50% da fotossíntese da Terra) absorve parte do material na sua alimentação, e começa a contaminação na cadeia alimentar. Os resíduos ali presentes, podem conter aditivos de plásticos, muitas vezes tóxicos, que são acumulados nos níveis tróficos, chegando até ao prato de comida que nos servimos em casa.

O assunto é bem sério e infelizmente é negligenciado, embora algumas agências ambientais e ONG's tenham tentado minimizar os efeitos altamente nocivos nos ecossistemas afetados. Porém, o rico ecossistema marinho, repleto de vida, torna a simples retirada do material plástico algo ariscado e um imenso desafio devido a presença de vida até níveis microscópicos, como é o caso do plâncton.

Não se sabe ao certo o tamanho e a quantidade de lixo nos oceanos. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) estima que existam cerca de 600 milhões de toneladas de plásticos nos oceanos, sendo que este tipo de resíduo representa cerca de 70% de todos detritos encontrados no mar. Como dito no inicio desta postagem, boa parte do lixo advém da terra, sendo carregado por chuvas e rios. Isto mostra nossa parte da responsabilidade por este problema. O descarte correto de materiais plásticos, assim como a sua reutilização e reciclagem são essenciais para diminuirmos os impactos e as imensas quantidades de resíduos que dispomos no meio ambiente.

Cabe ainda aos engenheiros de materiais e químicos avanços tecnológicos para produção de plásticos biodegradáveis e novas alternativas mais sustentáveis. Outra solução a ser estudada é uma forma de remediar o problema e limpar os oceanos sem agrediar a vida marinha. Acredito que o século XX foi uma época de muito desenvolvimento, mas causou um imenso impacto na Terra. O desafio do século XXI será reparar estes danos e desenvolver tecnologias mais eficientes para preservar o meio ambiente.

Espero que tenham gostado do post, e gostaria de indicar a reportagem da Globo abaixo, falando sobre essas ilhas de lixo que estão presentes nos nossos oceanos.

Até Mais!




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