Em junho, simultaneamente ao RIO+20, aconteceu a 30ª edição do ACHEMA. Trata-se de um evento mundial da indústria de processos que ocorre de três em três anos na Alemanha. O evento é um importante congresso e exposição que serve como plataforma de lançamento de tendências e tecnologias do setor, com cerca de 4.000 expositores e 170.000 visitantes.
Infelizmente não pude ir até a Alemanha participar do evento, porém, seguem algumas das tendências observados na feira este ano, as quais foram listadas pelo site Process-WorldWide:
Em países emergentes como Índia e China, assim como na Península Arábica, estão surgindo mega plantas químicas com objetivo de fornecimento em escala mundial. Esta tendência ocorre principalmente com fabricantes de commodities, como fertilizantes ou plásticos primários, os quais estão buscando se estabelecer em locais com abundância de matérias-primas. Um exemplo disto é a mega planta química que está sendo construída pela join-venture da DOW com a Saudi-Aramco na Arábia Saudita.
Construção de plantas químicas modulares
Em contrapartida às mega plantas, fabricantes da indústria de química fina e de especialidades estão buscando projetos mais rápidos, mais baratos e flexíveis. Dessa forma, temos as mais renomadas e importantes empresas buscando formas mais compactas e eficientes para a implementação de processos químicos. Outro termo comum de se ouvir neste tipo de projeto é a intensificação de processos, buscando maior eficiência em um espaço ocupado cada vez menor menor.
Esta é uma tendência ainda muito discutida. Trata-se de projetos de integração de processos, visando uma melhora nas transferências de massa e energia, assim como um melhor aproveitamento dos recursos e a compactação de equipamentos e processos. Além disso, nota-se o surgimento de equipamentos inteligentes que combinam as operações básicas, diminuindo a quantidade de equipamentos e buscando uma maior eficiência do processo.
Processos energeticamente eficientes
Eficiência energética é um tema importantíssimo, já que muitos processos consomem grandes quantidades de energia. Empresas maiores e de renome já aplicam técnicas para integração e reaproveitamento energético, afim de obter a máxima eficiência no consumo de recursos. Para obter processos ainda mais eficientes, tem-se procurado melhorar a gestão entre os processos e a cadeia produtiva, buscando uma maior sinergia entre as unidades de produção situadas no mesmo local. Por exemplo, parques de produtos químicos, com suas infra-estruturas centralizadas.
Plantas químicas digitais
Outra tendência é a construção de plantas químicas digitais para cada planta real. Esta ideia, baseia-se em softwares de simulação, desenho 2D e 3D auxiliando a reduzir o tempo de desenvolvimento de projetos pela metade, assim como facilitando projetos de otimização.
A determinação de emissões poluentes na fase de projeto de uma indústria é uma tarefa complicada e imprecisa, porém isto tem se tornado cada vez mais importante. Tem-se observado cada vez mais a emissão de CO2, não apenas no processo em si, mas na cadeia produtiva e de transporte como um todo. A análise do impacto climático da produção de produtos deve crescer para os próximos anos. Metas de redução da emissão de gases do efeito estufa e projetos para a utilização de créditos de carbono tem pressionado e incentivado a indústria a reduzir as emissões e buscar alternativas energéticas.
Algumas matérias-primas são essenciais para a indústria, porém tem crescido a consciência de que estes recursos são finitos. Dessa forma, uma outra tendência é a implementação e estudo de diferentes fontes de matérias primas. Óleo mineral e carvão, os quais ocupam a base da produção, devem perder lugar para o gás natural. A utilização de biomassa deve aumentar, assim como estudos para aperfeiçoamento de sua utilização. Um exemplo disso são os plásticos verdes e a geração de energia por biomassa, os quais buscam uma alternativa renovável para produção de produtos e energia.
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