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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Braskem inaugura sua primeira fábrica de eteno a partir de etanol

A Braskem inaugurou no dia 24 de setembro, em Triunfo (RS), sua primeira fábrica produtora de eteno feito a partir de etanol de cana-de-açúcar com tecnologia desenvolvida pela empresa; e já anunciou que estuda implantar empreendimentos semelhantes no exterior. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na inauguração. A fábrica vai produzir 200 mil toneladas de eteno "verde" por ano. As obras se iniciaram em abril de 2009 e terminaram em agosto de 2010. A planta já está operando com capacidade plena e entregará o polietileno, feito a partir do eteno, a partir de outubro. Cerca de 75% da produção já está contratada, sendo que em torno de 85% desse volume será destinado às exportações. Em vez do petróleo usado no processo tradicional, a empresa desenvolveu tecnologia para usar o etanol produzido de cana-de-açúcar. O álcool é transformado em eteno, e este em polietileno, plástico usado em sacolas de supermercados, frascos de produtos de higiene e beleza, embalagens de alimentos, entre outros produtos. 


    Segundo Bernardo Gradin, presidente da Braskem, a companhia estuda a possibilidade de uma nova fábrica no Brasil e negocia projetos semelhantes em outros quatro países, na Europa, América e Ásia. O executivo explicou que as unidades poderão ser construídas no exterior mesmo que a matéria-prima de abastecimento, o etanol, seja fornecido pelo Brasil. A Braskem investiu R$ 500 milhões no projeto, com recursos próprios e empréstimos. Gradin disse ainda que a demanda pelo produto já supera três vezes a capacidade da planta. Entre os clientes do plástico verde citados pela fabricante estão empresas como a Tetra Pak, Shiseido, Natura, Acinplas, Johnson & Johnson e Procter & Gamble. Por enquanto, a unidade será abastecida por 462 milhões de litros de etanol por ano adquiridos em São Paulo, Minas Gerais e Paraná e transportados por navios, trens e caminhões ao Rio Grande do Sul. O estado gaúcho não planta cana-de-açúcar e foi alvo de polêmica na elaboração do zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar, feito pela Embrapa e concluído em 2009, pois os estudos inicialmente identificaram o Estado como inadequado, principalmente por causa do clima mais frio, não favorável ao cultivo.

    Na versão final, o RS acabou tendo áreas consideradas aptas pelo zoneamento. A decisão do zoneamento é importante porque os órgãos financiadores públicos não podem emprestar recursos e o governo não pode subsidiar produtores instalados em áreas consideradas não aptas ao cultivo. Pesquisadores estão desenvolvendo variedades adaptadas ao solo e clima gaúchos.


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